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Recuperando HD.

Recuperando HD.

HD ou Disco Rígido é um dispositivo de armazenamento de informações, em modo digital, que usa o meio magnético para ler e escrever dados. O primeiro HD foi fabricado pela IBM, em 1956, e seu modo de funcionamento ainda se assemelha muito com discos rígidos modernos.

Como todo equipamento eletromecânico, o hard drive um possui tempo um tempo de vida útil. Além disso, o HD é suscetível a problemas relacionados com o tipo de utilização, defeitos de fabricação, acomodação e manuseio, gerenciamento de energia etc.

Os discos rígidos antigos eram muito mais problemáticos do que os modernos. Somado a isto, ainda era necessário efetuar procedimentos complexos para colocá-los em funcionamento. Até os anos 80 era imprescindível fazer formatação de baixo nível nestes equipamentos, para demarcar os espaços físicos onde os setores e trilhas seriam localizados, antes do particionamento e da instalação do sistema operacional. Colocar um HD antigo em produção era uma tarefa árdua.

Com a advento da popularização e do acesso fácil aos computadores o hábito de guardar informações em papel foi amplamente substituído pelo armazenamento em recipientes digitais. Essa mudança trouxe comodidade, economia e melhor gerenciamento dos dados. Com isso, a demanda por soluções para recuperação de hd danificado cresceu abruptamente.

 

 

 

Funcionamento do HD

Os principais componentes de um disco rígido são o controlador de disco (popularmente conhecido como placa lógica), cabeças de leitura, motor e mídia magnética (pratos).

O controlador de disco (disk controller) é responsável por gerenciar operações de baixo nível como o funcionamento do motor, movimento das cabeças e a transmissão de dados para o controlador de host (host controller ou host bus adapter), que interpreta essas informações e as entrega para o processador ou para a memória. É muito comum pessoas confundirem o controlador de disco com controlador de host. São dispositivos com funções diferentes. O disk controller é ligado diretamente ao HD, enquanto o host controller é ligado diretamente a placa mãe.

As cabeças, também conhecidas como cabeças de leitura, são responsáveis por armazenar e ler dados nos pratos. Elas funcionam como pequenos imãs acoplados na extremidade dos braços do HD, efetuando operações magnéticas através do alinhamento de polos junto aos pratos. O resultado são os famosos bits 1 e 0, que posteriormente serão transformados em dados legíveis.

Os motores são responsáveis por girar os pratos em uma determinada rotação e criar um colchão de ar que permitirá às cabeças de leitura “flutuarem” sobre as mídias magnéticas.

Os pratos são componentes em formato de disco, que contém uma camada magnética onde os dados são propriamente armazenados. Eles são divididos em setores, trilhas e cilindros. Assim como as cabeças de leitura, os pratos são sensíveis a qualquer tipo de atrito ou impacto.

Um setor representa a menor unidade física do disco rígido e o seu tamanho pode ser de 512 ou 4096 bytes. As trilhas são formadas por um conjunto de setores e os cilindros são formados por um conjunto de trilhas. Toda essa organização ocorre em nível lógico.

 

 

Problemas Comuns

Os principais causadores de mal funcionamento em um disco rígido são as cabeças e os pratos. Estes componentes trabalham de modo intenso e a todo momento sofrem desgastes que vão do deslocamento interno de ar às temperaturas elevadas.

Um motor avariado também pode comprometer o funcionamento do hard drive. Embora seja um problema mais complicado de ser resolvido, o mesmo ocorre com pouca frequência.

Ao contrário do que se divulga internet afora, a placa lógica está entre o menor dos causadores de problemas. Muitas vezes são confundidos com erros em módulos, cabeças ou motor.

Durante seu funcionamento, principalmente nos momentos de leitura e escrita intensa, o dispositivo de armazenamento deve permanecer estático sem sofrer qualquer ação externa. Neste momento, quedas, tapas, pancadas etc, por menores que sejam, irão danificar o HD.

 

 

O que NÃO se Pode Fazer.

Para se tornar um bom profissional na área de recuperação de HD são necessários muitos anos de estudo, com enfase no funcionamento dos dispositivos de armazenamento, sistemas de arquivos, forense computacional, eletrônica etc. Também deve-se adquirir (e saber operar) equipamentos importados específicos, cujo o valor costuma ser bastante elevado.

É preciso entender que manutenção de computadores é diferente de recuperação de HD. Porém, nos últimos anos, muitos técnicos de informática passaram a se “aventurar” na área de recuperação de dados. Para piorar a situação, surgiram alguns “cursos” duvidosos de recuperação em HD,  sem reconhecimento de instituições confiáveis (MEC, por exemplo) e com cargas horárias baixíssimas, lançando no mercado dezenas de pseudo profissionais todo mês.

Com o mercado repleto de técnicos despreparados, é comum nos depararmos com os mais bizarros e destrutivos “métodos” de “recuperação” em discos rígidos. Abaixo, seguem alguns exemplos.

Como muitos já sabem, um hard disk deve ser aberto para reparos em uma sala extremamente limpa, conhecida como classe 100, ou em uma estrutura que emule este ambiente. Alguns “profissionais” acreditam que podem reproduzir este ambiente em um banheiro, através da crença de que o vapor de um chuveiro ligado por determinado tempo poderá higienizar o local, criando um ambiente propício para abertura do dispositivo.

Há muito tempo circulou pela internet a informação que um HD poderia voltar a vida após passar algumas horas em um congelador. Até hoje existem adeptos de tal prática. Eles acreditam que as baixas temperaturas minimizam avarias nas mídias magnéticas. Além de não haver comprovação científica, esse procedimento poderá causar umidade no interior do equipamento porque, ao contrário do que muitos pensam, os HDs não são selados à vácuo.

Uma prática que parece ser coerente, mas que traz muito mais problemas do que soluções, é a famosa troca de placa lógica. Esse método é comum entre profissionais inexperientes, que a trocam sem mesmo saber se ela é a causa do mal funcionamento no disco rígido. No entanto, eles desconhecem o fato de que, mesmo em modelos idênticos, cada HD possui sua própria alocação de dados, assim como o alinhamento de cabeças e as tabelas de mapeamentos de setores ruins, conhecidas como P-List e G-List. Na prática, o HD que recebe a nova placa lógica não chega nem mesmo a ser reconhecido pelos sistemas básicos (Bios/Uefi). Mesmo quando são detectados, a controladora, provavelmente, forçará o disco rígido danificado a trabalhar como se fosse o seu HD original, podendo decorrer na perda definitiva de dados.

Um hard drive defeituoso deve ser aberto apenas em última instância. Este procedimento envolve riscos e deve ser praticado apenas por gente capacitada e experiente. É a carta na manga dos bons profissionais. No entanto, existem - até mesmo em algumas empresas antigas - profissionais que violam o lacre do HD para a realização de um simples diagnóstico. Este é um procedimento grotesco que pode por em risco os dados do cliente.

Outro erro comum, praticado por muitos técnicos de informática, é submeter um HD problemático a programas que realizam uma porção de operações de leitura e escrita. O fato é que não existem programas que consertam hard drives, nem blocos ou setores. Os aplicativos que prometem tal façanha, apenas rastreiam os pratos em busca de setores defeituosos forçando a controladora a remapeá-los. Mesmo contendo dados, os setores ruins são trocados por novos. À partir dai começa a perda de dados. Além disso, esses programas causam esforço desnecessário em um dispositivo já comprometido. Não é raro o HD parar no meio da processo.

Existem muitos outros procedimentos nocivos aos discos rígidos que não caberiam ser citados aqui, sendo que muitos destes podem ser evitados usando apenas o bom senso.

 

 

O que se Pode Fazer

É preciso ter em mente que o usuário comum ou o técnico de informática têm poucas opções quando HDs apresentam problemas. Quando se toma ciência que o disco rígido está avariado recomenda-se a reposição imediata ou busca de auxílio profissional através de uma empresa especializada. No entanto, existem maneiras seguras para testar a saúde de um HD.

O princípio do diagnóstico em disco rígidos é ser o menos invasivo possível, causando o mínimo de stress no equipamento. Portanto, deve-se evitar escaneamentos de setores ou blocos, assim como não se deve ligar/desligar o HD mais do que 1 ou 2 vezes.

A partir do momento que se perde acesso aos dados, o primeiro passo é verificar se o hard drive é  detectado pelo sistema básico (BIOS/UEFI) e o tempo que o mesmo leva para ser identificado. Um HD que não é reconhecido ou que demora para ser detectado está danificado. Em alguns caso, o tipo de dano pode fazer o BIOS travar ou reiniciar o computador.

É preciso ficar atento aos avisos apresentados pelos sistemas básicos. Mensagens de system not found, boot failure, disk not found e erros de S.M.A.R.T. são um mal sinal. O sistema operacional também pode relatar esses problemas. Alguns erros de parada mostrados nas famosas telas azuis do Windows podem indicar problemas no HDD. Em sistemas Linux, estes tipos de erros serão gerados nos arquivos /var/log/syslog ou /var/log/messages.

O SMART é um excelente aliado dos usuários e técnicos. Essa tecnologia caracteriza-se por um conjunto de rotinas internas dentro do próprio HD que reportam o seu estado de funcionamento. Programas como o Gsmartcontrol (Linux/Unix) e o  HD Tune (Windows) conseguem interpretar os logs do SMART, mostrando detalhes sobre o status do hard disk. Assim, pode-se descobrir o estado de um hard drive, de modo seguro, sem precisar escaneá-lo.

Desligamentos abruptos do computador – interrupção de energia, por exemplo - podem causar problemas em discos rígidos, principalmente, quando estão ocorrendo transferência de dados. No entanto, o mais comum é que apenas o sistema de arquivos seja afetado. Isso ocorre porque o journal (registros que contém as mudanças executadas nos sistemas de arquivos) não foi devidamente atualizado. Este tipo de problema pode ser resolvido com os verificadores de integridade de sistema, como o Chkdsk (Windows) e Fsck (Linux). Mas antes de usar estes programas é preciso ter certeza que o HD não contém problemas físicos.

Os procedimentos aqui descritos são suficientes para descobrir se há defeitos em um disco rígido. Obviamente, nada impede que sejam realizadas ”experiências” quando não existem dados importantes em questão. Depende do que se deseja fazer com o HD.

 

 

Conclusão

Existem produtos que devem ser trocados quando apresentam problemas, como lâmpadas, isqueiros, torneiras etc. Infelizmente, o hard disk é um deles.

O termo “recuperação de HD” é amplamente usado por pessoas leigas que precisam de soluções para recuperar arquivos em um disco rígido que está inacessível. O conserto, ao pé da letra, é inviável e praticamente não existe. Além disso, tal procedimento não é aconselhado, baseando-se em práticas coerentes de armazenamento computacional.

A boa notícia é que existem empresas com especialidade em recuperar informações de HDs que estão danificados. Muitas delas usam a expressão “recuperação de HD” em seus sites como referência ao resgate de dados em discos rígidos defeituosos. Isso torna mais fácil a vida de usuários leigos que pesquisam por este tipo de solução na internet.

Os HDs modernos armazenam uma grande quantidade de informação em um pequeno espaço físico, ou seja possuem alta densidade. É preciso ter muito cuidado com estes equipamentos porque um pequeno dano pode afetar um volume grande de dados.